Corinthians 1992: Um supertime fracassado
Timão investe, Basílio encerra passagem como técnico, mas ano passa em branco
Em 1991, Nelsinho foi contratado para comandar a equipe alvinegra: fracasso (Crédito: Gil Leonardi)
LANCEPRESS!
A ressaca da eliminação na Libertadores do ano anterior fez o ano de 1992 ser um período de insucesso para o Corinthians, tanto dentro como fora de campo.
O status conquistado pelo título do Brasileiro de 1990 acabara, mesmo com a presença de ídolos como Ronaldo, Ezequiel, Neto e Tupãzinho. Fora de campo, a diretoria não poupou esforços: contratou o lateral-esquerdo Nelsinho, que defendeu o São Paulo por 13 anos e eleito o melhor da posição na conquista do Brasileirão de 86, o meia Edu Manga, ídolo do arquirrival Palmeiras e o atacante Nílson, cigano goleador do futebol nacional.
A equipe não se acertou e não conquistou títulos. Após derrota por 4 a 0 para o Internacional, no Pacaembu, o técnico Basílio foi demitido e encerrou sua quarta e última passagem pelo clube.
Vicente Matheus apostou no retorno de Nelsinho Baptista, campeão brasileiro em 90, mas o novo treinador tampouco conseguiu mudar as perspectivas. No mesmo ano, Viola, que havia voltado de empréstimo depois de dois anos em clubes do interior, era apenas uma opção no banco de reservas.
Um dos poucos momentos de alegria para o corintiano foi o duelo contra o América-RN, pela Copa do Brasil. O jogo foi disputado no Parque São Jorge, que não era utilizado desde 27 de outubro de 1982. O Timão goleou por 3 a 0, em casa.
plus Guia do Brasileirão do L! traz tudo da competição
blog Tião Fiel e todo amor pelo Timão
de prima Museu recupera vídeo do Corinthians de 1920
1993: Títulos e vergonha na Era Dualib
Ex-presidente trouxe as maiores glórias. Mas também desmandos, bagunça...
Dualib não quis mais aparecer após sua saída do clube. Está arrependido? (Crédito: Divulgação)
LANCEPRESS!
O mais vitorioso e um dos mais odiados da História do Corinthians. Assim se define Alberto Dualib, que assumiu a presidência do clube em janeiro de 1993, para contínuos 14 anos, até sua renúncia, em 21 de setembro de 2007.
O ex-dirigente sucedeu Vicente Matheus e, logo no ano seguinte, mudou o estatuto do clube – uma manobra para se eternizar.
Até 2005, o clube gozou de glórias em sua administração: o título mais importante, o Mundial (2000), duas Copas do Brasil (1995 e 2002), três Brasileiros (98, 99 e 2005) e cinco Paulistas (95, 97, 99, 2001 e 2003).
Parcerias contestadas e com algum sucesso como as do Banco Excel e do Grupo HMTF (Hicks, Muse, Tate & Furst) o motivaram a procurar o fundo de investimentos MSI em novembro de 2004. O envolvimento com o russo Boris Berezovski e o iraniano Kia Joorabchian levou a uma investigação do Ministério Público Federal que, em julho de 2007, indiciou-o por lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
Formou-se dentro do clube o “Movimento Fora Dualib”, exigindo a saída de Dualib e do então vice Nesi Curi. Com o impeachment iminente, os dois se afastaram do cargo por um período até setembro de 2007, quando renunciaram, três meses antes de o time ser rebaixado para a Série B do Brasileiro. Estima-se que, somente com notas frias, o rombo chegou a R$ 2 milhões. Dualib deixou uma dívida no clube superior a R$ 100 milhões.
Na última semana, Dualib, 90 anos, foi condenado a três anos e nove meses de prisão por crime de estelionato contra a agremiação.
Os lados de Dualib:
Títulos
Em sua gestão, o clube obteve a conquista mais importante da História, o Mundial da Fifa (2000), duas Copas do Brasil (1995 e 2002), três Campeonatos Brasileiros (98, 99 e 2005) e cinco Campeonatos Paulistas (95, 97, 99, 2001 e 2003). Além destes, o Timão levou o Torneio Ramón de Carranza, da Espanha – o primeiro título internacional de seu mandato de presidente do clube paulista.
Mudanças no estatuto
Em três ocasiões Dualib mudou o estatuto do clube para que pudesse permanecer no cargo. Ele ficou por 14 anos no clube. Hoje, o estatuto prevê mandato de três anos, sem reeleição.
Dívida e Série B
Dualib deixou dívida de mais de R$ 100 milhões. Após parceria com o MSI, foi acusado de lavagem de dinheiro. E foi rumo à Série B...
1994: Começa a era Marcelinho Carioca
Maior campeão, Marcelinho viveu glórias, trauma e foi contagiado por sentimento louco
Marcelinho festeja com a Fiel em seu último jogo pelo clube. Ele falou que domingo, contra o São Paulo, estará na arquibancada (Crédito: Eduardo Viana)
Fernando Poffo
Todo corintiano se orgulha de fazer parte do bando de loucos, como é cantado a cada jogo na arquibancada. É justamente essa loucura que pegou Marcelinho Carioca logo em sua chegada ao clube em que se tornou o maior vencedor de sua História.
– Lembro como se fosse hoje quando entrei no Parque São Jorge e já levei um baita susto. Primeiro tocou, do nada, uma sirene muito alta. Aí começou a chegar gente por todos os lados já colocando o dedo na minha cara e avisando: “Aqui é Curintcha!”. Eu achei muito louco e avisei ao (então presidente, Alberto) Dualib que iria fazer História no clube.
E como fez! Em seu primeiro jogo oficial, em janeiro de 1994, fez gol na vitória sobre o Portuguesa, no Pacaembu, e apresentou à Fiel sua mais letal arma: o pé direito em cobrança de falta. Começava a era Marcelinho no clube.
Marcelinho balançou redes outras 205 vezes pelo Corinthians e ajudou na conquista de dez títulos, tornando-se o jogador com mais conquistas na História do clube, inclusive do Mundial.
– A coroação do Mundial foi sem dúvida minha maior emoção no clube, uma segunda invasão da Fiel ao Maracanã. Foi lindo! Quando subi no gramado lembrei do que lia sobre 1976 (a invasão na semifinal do Brasileiro) – lembra o craque, que apontou como piores lembranças as derrotas para o rival Palmeiras na Libertadores, em 1999 e em 2000, ano em que ele perdeu o pênalti decisivo.
As experiências faz Marcelinho definir no Corinthians exatamente como o seu torcedor.
– É a instituição mais diferente e louca que tem. É apaixonante, vibrante, e essa loucura nos faz tirar força do nada. Tenho o desejo de ir na arquibancada sentir isso. E domingo, contra o São Paulo, eu vou – promete Marcelinho, eterno ídolo e mais um louco do bando.
Bate-Bola - Marcelinho Carioca
Ao LANCENET!, por telefone
‘É a minha segunda pele, eternamente’
LANCENET!: Como você vê a sua História no Corinthians, sua carreira?
MARCELINHO CARIOCA: É como a torcida canta: Corinthians, minha vida, minha história, meu amor. E como digo: é minha segunda pele, eternamente.
LNET!: Qual o seu melhor e o seu pior momento no clube?
MC: Ah, a coroação do Mundial no Maracanã, e a derrota na Libertadores de 2000.
LNET!: E os gols mais bonitos?
MC: O de 1995, contra o Santos, que o Pelé mandou colocar a placa na Vila; contra o Palmeiras, no Pacaembu, quando o goleiro mandou tirar a barreira; tem um contra o Vasco, no Maracanã; o primeiro e o centésimo contra a Portuguesa, no gol do Tobogã...
LNET!: É tudo na sua vida?
MC: É um clube que supera o que não tive na Seleção (fez quatro jogos e dois gols), sem dúvida. O torcedor corintiano se envolve mais do que com a Seleção.
LNET!: A torcida é diferente mesmo?
MC: Pô, você tira força do nada. É muito louco, com time ruim reage, dá arrancada, ganha título. E é louco que às vezes tem time melhor, como na Libertadores de 2000, e perde. É muito louco! Tenho desejo de sentir isso na arquibancada e vou ao Pacaembu, contra o São Paulo, no domingo.
LNET!: Você está envolvido com as festas do centenário?
MC: Tenho participado de eventos em lojas e de ações beneficentes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário