1985: Corinthians monta a "Seleção de papel"
Time do Corinthians, em 1985. Dunga, Wladimir, Casagrande entre outros astros posam para foto (Crédito: Arquivo Celso Unzelte)
Com a venda de Sócrates, diretoria contrata vários astros para reforçar elenco
No dicionário, a palavra galácticos significa “algo que se refere à Galáxia; lugar das estrelas”. No futebol, um time recebe este nome quando tem em seu elenco várias jogadores considerados astros. E no ano de 1985 muitos deles se encontraram no Parque São Jorge.
Com a venda de Sócrates para a Fiorentina (ITA), por US$ 3,2 milhões, em junho de 1984, o Corinthians montou um time formado por atletas que já tinham sido convocados para a Seleção Brasileira (ou uruguaia, caso de Hugo De Léon, contratado do Grêmio).
Era uma máquina: Carlos, Édson, Juninho, De León e Wladimir; Dunga, Biro-Biro e Zenon; Casagrande, Serginho e João Paulo – com Eduardo, Paulo César e Arturzinho, entre outros, no banco.
Tantos astros em campo, porém, não renderam o esperado. No Brasileiro, o Timão foi eliminado antes das semifinais, e no Paulista ficou apenas em quinto lugar.
– Até hoje não entendo como não deu certo aquele time. Eu comparo muito essa história com a do Real Madrid na época do Ronaldo, Zidane, Figo, que foi montado para ganhar tudo e fracassou – lembra o meia Zenon, um dos destaques daquele time, ao LANCENET!
Sem grandes conquistas, a equipe se desmanchou no ano seguinte, e a diretoria alvinegra voltou a apostar apenas em jogadores considerados bons e baratos.
Corinthians de 1985
A seleção foi montada entre 1983 e início de 1985. Carlos, Édson e Juninho foram contratados da Ponte Preta. De León deixou o Grêmio como o jogador mais caro do futebol brasileiro até então. Dunga era revelação do Internacional. Arturzinho veio do Vasco. E Serginho e João Paulo, ambos ex-Santos, formaram o ataque. O Timão teve três técnicos no ano: Jair Picerni, Carlos Alberto Torres e Mário Travaglini
FICHA TÉCNICA
CORINTHIANS 2 X 1 CHILE
FINAL DA COPA DAS NAÇÕES
JUIZ: Juan Manuel González (MEX)
DATA: 28 de agosto de 1985
ESTÁDIO: Coliseum, Los Angeles (EUA)
GOLS: 13’/1°T> Poblete (0-1); 15’/2°T> P. César (1-1) e 36’ 2°T> P. César (2-1).
CORINTHIANS: Carlos, Édson, Juninho, De León e Wladimir; Dunga (Wagner), Eduardo e Zenon; Paulo César, Casagrande e Biro-Biro. T: Mário Travaglini
CHILE: Sanches, Hernández, Astengo, Contreras e Valenzuela; Perez, Bernal e Janrenqui; Sallaco, Costizo e Munhoz (Carlos Poblete). T: Pedro Moralez
1986: Wilson Mano, o 12° titular do Corinthians
Jogador chega ao clube para ser decisivo, jogando em todas posições
Wilson Mano marcou 34 gols pelo Corinthians, entre eles um na final do Brasileirão de 1990 (Crédito: Roberto Faustino / Agência Estado)
Como um jogador que nem sequer chegou a ser titular absoluto pode alcançar a notável marca de 405 jogos pelo Corinthians? A resposta é simples: dedicação e raça. Foi assim que Wilson Mano cravou o nome dele na História do clube.
– Alguns jogadores discutiam se não jogavam em suas posições. Eu não, sempre ia. Dizia que o importante era estar no bolo. Eu queria jogar, para isso era fominha – disse Wilson, em entrevista ao LANCE!.
Foi com essa vontade de sempre ajudar o time e a grande capacidade de adaptação que Wilson Mano construiu uma bela passagem pelo Corinthians. Quando chegou, em 1986, veio para jogar como volante, mas, com o passar do tempo e as necessidades de cada época no time, Wilson Mano chegou a atuar nas duas laterais, como zagueiro, como meia e até mesmo como atacante.
Não importava qual era a posição em que atuava Wilson Mano, a única certeza quando ele ia entrar em campo era que lutaria, sempre, para ser útil ao time.
– Apesar de ter preferência de jogar no meio, eu sabia que estava ajudando – garantiu o jogador.
A vontade foi recompensada. Mano foi decisivo em momentos importantes do time. No Paulistão de 1988, foi dele o chute que Viola desviou para marcar contra o Guarani. Já na primeira partida da final do Brasileirão de 1990, marcou o gol na vitória sobre o São Paulo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário