1978: Biro-Biro, melhor que Maradona?
Biro-Biro: confusão no nome, ‘deputado’, ídolo, títulos e mágoa contam a História...
Biro-Biro ajeita a chuteira no Parque São Jorge: dez anos de História no clube (Foto: Agência Estado)
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Antônio José da Silva Filho era um garoto de 19 anos, recém-chegado de Recife, quando foi apresentado no Corinthians, em 1958. “Este aqui é o Lero-Lero”, disse o presidente do clube na época, Vicente Matheus. “É Biro-Biro, presidente”, corrigiram os presentes. “É tudo a mesma coisa”, retrucou.
Mas o volante, conhecido pelo futebol aguerrido, estava longe de ser mais do mesmo. Logo em sua estreia, Biro-Biro teve o nome gritado pela torcida. A febre era tamanha que o jogador virou símbolo do protesto nas eleições para deputado, em época de ditadura militar.
– Não sabia nada de política. De repente, o nome “Biro-Biro” havia recebido 70 mil votos. Isso me marcou muito. A torcida corintiana sempre me apoiou, me exaltava pela raça. Mas naquela votação até palmeirenses, são-paulinos, todos entraram na pilha – relembra o ex-jogador, em entrevista ao LANCENET!.
Biro-Biro fez 589 jogos pelo clube, entre 1978 e 1988. Conquistou os títulos do Campeonato Paulista de 1979, 1982, 1983 e 1988. Hoje, sócio do clube, costuma frequentar o Parque São Jorge com a família. E guarda mágoa de algumas pessoas quem acusa, sem citar nome, de se acharem “donas do clube” e não tratarem bem os antigos ídolos.
– Eu cumprimento Andrés (Sanchez, presidente), mas é só também. O problema são alguns ex-diretores, funcionários. É preciso ter mais carinho com que viveu História aqui – disse, sem lero-lero..1979: Presidente adia o Paulistão e Timão elimina rival
Manobra de Vicente Matheus adia a competição e Corinthians elimina o Palmeiras
Palhinha, ao lado de Sócrates, foi um dos destaques do Paulistão (Foto: Agência Estado)
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Em campo, Sócrates e Palhinha colhiam os frutos de uma dupla de sucesso. Mas foi no trabalho de bastidores do então presidente Vicente Matheus que o Corinthians teve sucesso no Paulistão de 1979.
Na época, o Palmeiras, comandado por Telê Santana, era a maior sensação do país. E franco favorito para ganhar mais um Estadual.
O título era a grande e única esperança corintiana. O clube havia abdicado do Campeonato Brasileiro de 1978 para se dedicar exclusivamente a conquistar o Paulistão.
Eis que no dia 11 de novembro, graças a uma rodada dupla marcada pela Federação Paulista, Vicente Matheus deu um “golpe” para adiar a competição. A FPF havia marcado para o mesmo dia, no Morumbi, o duelo entre Palmeiras e Guarani e Corinthians e Ponte Preta. Matheus alegou que o Timão teria mais torcida que os outros três e, por este motivo, não poderia dividir a renda com os demais.
Naquele dia, o Corinthians não apareceu para jogar. A Ponte chegou a conquistar os pontos por W.O., mas àquela altura o campeonato já havia sido adiado. Resultado: a semifinais foram disputadas apenas no ano seguinte, em 80.
O Palmeiras deixara de ser o bicho-papão e fora eliminado do Brasileirão pelo Internacional. O Timão o enfrentou na semifinal, empatou a primeira por 1 a 1 e venceu a segunda por 1 a 0. Na decisão enfrentou (desta vez!) a Ponte Preta e conquistou o 17 título estadual.
1980: Palhinha, craque se despede do Timão
Considerado o maestro de 1977, Palhinha deixa o clube com uma outra conquista
Com tanto sucesso, Palhinha está no Memorial do clube (Foto: Reginaldo Castro)
Você conhece Wanderley Eustáquio de Oliveira? Está difícil responder? Então, vamos facilitar. Você conhece Palhinha? Para quem continua com dúvida segue a resposta. Ele foi um meia de sucesso do Corinthians, considerado o craque do título Paulista de 1977. E três anos após a primeira conquista, ele deixou o clube.
- Não tem essa de maestro. Conquistamos o título por causa da união, amizade e vontade do grupo. Todos tiveram a mesma participação. O torcedor jamais vai esquecer - afirmou o ex-jogador ao LANCENET!.
Modesto nas palavras, Palhinha sabe bem de sua importância. Ele já chegou com o status de craque. Por ele, o Timão pagou sete milhões de cruzeiros ao Cruzeiro, um recorde na época. Em campo, o meia não decepcionou. Além do título de 1977, levantou o bi em 1979.
Com tanto sucesso, o jogador se despediu do Alvinegro da melhor maneira possível em 1980: com uma taça e um gol. Ele marcou na vitória por 2 a 0 contra a Ponte Preta, no Morumbi. O duelo foi válido pelo Paulista do ano anterior.
- Passei por grandes momentos. Eu tinha uma responsabilidade muito grande. E o calor da torcida era impressionante - relembrou.
Depois do Timão, Palhinha defendeu o Atlético-MG. Ele voltaria como técnico em 1989, com 16 vitórias, quatro empates e oito derrotas). Tanta luta e sucesso valeram uma recompensa: um totem no Memorial do clube. Esse é Palhinha!
O maestro Palhinha:
- Ex-jogador (de 1977 e 1980) e treinador (de 1989) do Timão. Atualmente, está com 60anos. Ele nasceu em 11/6/1950, em Belo Horizonte (MG)
- 148 jogos disputou pelo Timão, com 79 vitórias, 42 empates e 27 derrotas. Ele fez 44 gols.
- Títulos: Campeão Paulista em 1977 e 1979
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