1973: Tião, santo protetor de Rivellino no Corinthians
O que seria do ídolo corintiano sem a ajuda do companheiro? Ele que segurava a bronca!
Tião (quarto da esquerda para direita) no elenco do Timão de 1971 (Foto: Arquivo Corinthians)
Roberto Rivellino, sem dúvida, é um dos maiores ídolos da História do Corinthians. Mas seu sucesso se deve também ao companheiro Tião. Quase sempre coadjuvante, o volante era o responsável por segurar as contas dentro de campo.
Sebastião Carlos Silva iniciou a carreira em 1968, no próprio Timão. Falar de Rivellino sem mencionar Tião é quase impossível. Foram quase sete anos atuando juntos.
– Ele era segundo volante. Além de marcar com qualidade, o Tião era muito técnico, tocava bem a bola. Foi um prazer jogar com ele, foi muito importante, fizemos uma dupla boa. Era ele que segurava a bronca (risos) – elogiou Rivellino.
No dia 11 de maio de 1968, contra o Palmeiras, Tião, o Santo Protetor, estreou com a camisa corintiana. Coincidentemente, ele substituiu Rivellino na etapa final. O clássico terminou empatado em 2 a 2.
Três anos depois, no dia 25 de abril, pelo Paulistão, o arquirrival voltou a fazer parte da trajetória dele. Apelidado como “O jogo da sua vida”, o volante marcou um dos gols da vitória corintiana por 4 a 3.
A estreia e o triunfo histórico diante do Palmeiras não foram suficientes para Tião. Ele queria mais contra sua vítima favorita. Em março de 1973, além do Carnaval, a Fiel comemorou o título Laudo Natel, torneio disputado apenas pelos grandes do Estado. Vitória por 2 a 1, com gols de Rivellino e Lance.
Ao todo, Tião realizou 363 jogos pelo Corinthians. Deixou o clube em 1977, apenas oito meses antes da quebra do jejum de títulos.
FICHA TÉCNICA
CORINTHIANS 2x1 PALMEIRAS
TAÇA LAUDO NATEL
DATA: 3/3/1973
ESTÁDIO: Morumbi, São Paulo (SP)
GOLS: 7’ 1ºT> Mílton, 37’ 1ºT> Rivellino e 39’ 2ºT> Lance
CORINTHIANS: Ado, Zé Maria, Vágner, Luís Carlos e Miranda; Tião e Rivellino, Vaguinho, Lance, Mirandinha (Adãozinho) e Marco Antônio (Suingue). T: Duque
PALMEIRAS: Leão, Eurico, Luís Pereira, Alfredo e Zeca; Dudu e Ademir da Guia; Edu, Leivinha (Madurga), Mílton e Nei.
T: Oswaldo Brandão
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Zé Maria conta com foi a derrota que culminou na saída de Rivellino
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"A lembrança que tenho é terrível. Eu tento sempre apagar as coisas negativas que aconteceram na minha vida profissional, tento pensar sempre para a frente, pensar apenas naquilo que conquistamos.
Naquela noite, encontramos o Morumbi na situação que sempre encontrávamos a torcida. A nação corintiana sempre foi participativa, sempre nos apoiou. E isso tornou a derrota ainda mais dolorosa. Saber que você entrou, tentou e não conseguiu dar a eles um retorno positivo. Um sonho de milhares de torcedores não foi alcançado. Para mim foi uma grande derrota, a maior da minha vida. E acredito que tenha sido também para todos os jogadores que estiveram lá.
Depois que você conquista um título, como foi nos anos seguintes, você consegue superar, mas para aqueles que não conseguiram deve ter sido muito mais frustrante.
O lance do gol do Palmeiras foi em uma jogada bem construída. O Buttice (goleiro do Timão) deu azar no lance, ele foi na bola, mas não conseguiu pegar. O Palmeiras foi muito feliz, foram poucos os lances de gol. Mas futebol é assim mesmo, você aproveita as oportunidades ou não. E o Palmeiras aproveitou.
A pressão no Corinthians é uma coisa diferente, não sei explicar. A emoção do torcedores, a revolta acontece, faz parte da vida. Tentamos sempre ganhar, ninguém gosta de perder. Na situação da derrota, você olha para cara de um, de outro e acaba se sentindo culpado, mesmo não participando do lance que nos levou para essa situação.
Sou contra ao que aconteceu depois. Tentaram responsabilizar o Rivellino, mas o time todo, com pouquíssimas exceções, não teve brilho. Criaram uma situação e o Vicente Matheus abraçou a ideia.
Para mim, realmente, foi a maior derrota da minha vida."
Derrota tirou Rivellino do clube
Se o Corinthians ficou com o vice-campeonato paulista, a torcida indicou um culpado para a derrota: Rivellino. Destaque do time, o meia ficou marcado por uma confusão no primeiro jogo do segundo turno no torneio. Na derrota por 1 a 0 para o Botafogo-SP, ele foi expulso por agredir o auxiliar Mário Molina após um impedimento. O duelo não terminou e o Timão perdeu seu rumo.
Com o vice-campeonato e a perseguição da torcida, Rivellino deixou o clube e foi para o Fluminense em seguida.
- A saída foi como foi mais pela imprensa. Uma pessoa principalmente, depois de muitos anos, veio me pedir desculpa. Foi o senhor J. Hawilla, que fez uma campanha maldosa - disse o meia.
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