Escudo atual (com as estrelas)

1929: A primeira vitória internacional do Corinthians

Em seu batismo estrengeiro, Timão faz uma vítima hermana

Equipe do início da década de 30, com os jogadores que perderam para o Corinthians na Fazendinha em 1 de maio de 1929 (Crédito: Rodrigo Vessoni)

Confrontos marcantes contra estrangeiros fazem parte da História do Corinthians. Como apagar da memória dos mais antigos os confrontos contra Barcelona (ESP) e Roma (ITA) durante a Pequena Taça do Mundo, na Venezuela, em 1953? E quem não se lembra da partida contra o Real Madrid (ESP) no Mundial de Clubes, em 2000?

E a primeira vitória do Timão contra adversários de outros países, por 3 a 1, foi em 1 de maio de 1929. Contra quem? Um argentino, o Club Sportivo Barracas. Fundado em 1913, o clube excursionou pelo Brasil no fim da década de 20 para amistosos em São Paulo e no Rio.

Atualmente, o Barracas disputa a Quarta Divisão do futebol de seu país. Com 350 sócios – sendo 50 assíduos nos estádios –, vive do arrendamento de parte da sede social, localizada no bairro que leva o mesmo nome, a cerca de 10km do centro de Buenos Aires. Sala de musculação, balé e judô, além de uma piscina, são usadas por moradores do local, que pagam pelo serviço.

Confira a sede do Club Sportivo Barracas, primeiro rival estrangeiro que perdeu para o Corinthians

A reportagem do L! visitou o local e foi recepcionada por duas senhoras que trabalham no setor administrativo. Nas paredes, além de flâmulas de rivais, um pouco da História do Barracas, que, no início do século 20, tinha equipes de basquete, rugby e atletismo de respeito. Uniformes, fotos, objetos e troféus estão expostos no corredor que dá acesso aos outros andares.

As duas funcionários não sabiam que o clube fazia parte da História corintiana. A importância dos brasileiros só era de conhecimento pela presença de médicos brasileiros que nasceram em Belo Horizonte e cuidam de crianças que frequentam as instalações.

– Pena eles não estarem aqui, gostariam de falar sobre o futebol brasileiro. Ficamos felizes de saber que um clube de cem anos, como Corinthians, lembra de nós – disse a funcionária, sem se identificar.

Arrendamento e mudança O primeiro estrangeiro derrotado pelo Corinthians teve de alterar o nome na última década. Em 2003, o Club Sportivo Barracas ganhou mais um nome: Bolívar. A alteração teve de ser feita pelo grupo de investidores que, na época, arrendou o clube. Tudo porque os adversários que duelavam com o Barracas na Quarta Divisão se negaram a jogar cerca de 350km de Buenos Aires, na Província de Bolívar. Segundo eles, os custos com transporte e hotel eram altos. Com a mudança, que também trouxe a cor vermelha, os rivais tiveram de ceder a isso.

Mascote teria surgido no mesmo ano

Há duas versões para o surgimento da figura do mosqueteiro como mascote oficial do Corinthians. Uma delas ocorreu exatamente em 1929, após a partida contra o Barracas, por 3 a 1, na Fazendinha. A primeira vitória em um jogo internacional teria repercutido nas páginas do jornal “A Gazeta”, com a afirmação do jornalista Thomas Mazzoni: “Corinthians vence com fibra de mosqueteiro.” Versão essa adotada pelo clube e pelos historiadores, como Celso Unzelte.

Porém, há quem garanta que o símbolo corintiano é o autêntico D’Artagnan, personagem do escritor francês Alexandre Dumas, em um livro escrito em 1843: “Os Três Mosqueteiros”. Em 1913, a equipe teria obtido o direito de participar da Liga Paulista de Futebol, ao lado de Americano, Germânia e Internacional, considerados, então, os três mosqueteiros da época.

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