Corinthians inicia sua reformulação e empresta Morais para o Bahia
Agência Estado
O "novo ciclo" de Mano Menezes, que deu início com a troca do departamento de preparação física, vai começar para valer com a saída de jogadores que não deram certo. Com um elenco inchado - são 32 atletas - para disputar somente o Campeonato Brasileiro, o Corinthians abriu negociações com o grupo dos "insatisfeitos", na definição do próprio treinador, na última sexta-feira, dia em que ele anunciou sua renovação de contrato.
Nesta quarta, o clube definiu a saída de Morais. O meia nem participou dos treinos porque estava negociando sua transferência para o Bahia, que está na Série B e é dirigido por Renato Gaúcho. Mas Morais não é o único. Ainda nesta semana, o empresário do lateral-esquerdo Escudero vem ao País tentar negociar seu cliente com outra equipe. Outro que procura clube é o paraguaio Balbuena, lateral-direito.
"Preparamos dois elencos: um para o Paulista, outro para a Libertadores. Agora só temos um campeonato, o Brasileiro, e nosso elenco precisa ser reestruturado", justificou Mano Menezes após renovar contrato até o fim de 2011. "Devemos reduzir o número (de jogadores). Mantê-los aqui é ruim. O jogador não joga, cria problemas e poderia estar jogando em outro lugar. Temos de levar isso em consideração".
Criar problemas, nas palavras de Mano, é o jogador que, porque não atua, reclama indiretamente do trabalho do treinador à imprensa. E é justamente isso que Mano quer evitar.
Ele disse que não revelará com quantos jogadores pretende trabalhar no segundo semestre porque os jornalistas passariam a fazer suas "listas de dispensas". Mas é consenso no clube que o número ideal de jogadores seria 25 ou 26 atletas. Como o elenco atual tem 32, seis ou sete devem dançar.
Enxugar o elenco seria simples se todos os encostados tivessem contratos como o de Marcelo Mattos, cujo vínculo termina em agosto. O volante deve ir para o Fluminense ou Botafogo. Mas e os que têm contratos longos, como o próprio Morais, Escudero e Balbuena? Além de ninguém aceita pagar um tostão, o Corinthians ainda vai acabar arcando com parte do salário.
É o que deve acontecer com Morais, que tinha contrato por mais dois anos. Pelo empréstimo para o Bahia até dezembro, o Corinthians aceitaria "rachar" metade do salário do jogador, em torno de R$ 130 mil.
ALIADOS DE SANCHEZ CRITICAM - Aliados de Andres Sanches não gostaram da decisão do presidente de renovar o contrato de Mano Menezes após o fracasso na Libertadores da América, então a prioridade no centenário do clube. A indignação maior é quanto à multa rescisória. Segundo eles, Sanches poderia "deixar como estava" e ver o desempenho do time no Brasileirão.
Em caso de uma mau início, poderia demitir Mano pagando apenas um pequena parte da multa rescisória, já que o contrato do treinador terminava em dezembro. Com a extensão do vínculo até o final de 2011, a multa volta a ser de R$ 1 milhão, caso o clube decida demiti-lo.
Depois da eliminação para o Flamengo, a pressão sob o treinador aumentou. Dirigentes que apoiam Sanches, oposição e torcida organizada exigiam a demissão do treinador. O presidente peitou a todos, comprou briga com a organizada e renovou com Mano para que o técnico não iniciasse o Brasileiro na corda bamba.
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